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A morte do Nini Satar: Seria o Fim de uma Jornada de Criminalidade em Moçambique iniciada em 2000?

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Nini Satar, condenado pelo assassinato do jornalista Carlos Cardoso, foi encontrado morto na prisão. O caso que abalou Moçambique chega a um fim obscuro.

Nini Satar(Momad Assif Abdul Satar)
imagem: O pais

Momad Assif Abdul Satar, mais conhecido como Nini Satar, foi encontrado morto na sexta-feira (28.03) em sua cela no estabelecimento prisional de máxima segurança (BEO) onde cumpria pena. Condenado a 24 anos de prisão pelo envolvimento no assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000, sua morte encerra um capítulo sombrio da história criminal e política de Moçambique.

Segundo o Serviço Nacional Penitenciário, não há informações claras sobre as causas do óbito, levantando suspeitas e questionamentos sobre as circunstâncias do ocorrido.

O Crime que Abalou o País

Nini Satar foi um dos condenados pelo homicídio de Carlos Cardoso, jornalista que investigava um esquema de desvio de 14 milhões de dólares do Banco Comercial de Moçambique (BCM). O crime beneficiou diretamente os irmãos Satar, donos de uma casa de câmbio.

O caso também envolveu Nyimpine Chissano, filho do entigo presidente Joaquim Chissano, e levou seis réus ao banco dos réus. Actualmente, apenas Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho) permanece vivo. Curiosamente, outros condenados que obtiveram liberdade condicional foram assassinados fora da prisão.

Reações à Morte de Nini Satar

jornalista Paul Fauvet, amigo de Carlos Cardoso, afirmou que, embora não lamentasse a morte de Nini Satar, preferia vê-lo cumprindo sua pena integralmente:

“Para mim, ele poderia ter ficado na cadeia para o resto da vida.”

Já Hélder Matlhaba, advogado do motorista de Cardoso (ferido no atentado), destacou que nenhuma pena pode compensar a perda de uma vida:

“Nada pode pagar ou substituir uma vida. A família Cardoso sofreu danos irreparáveis.”

Uma Figura Controvertida e Perigosa

Ao longo dos anos, Nini Satar tornou-se uma figura incômoda para o regime da FRELIMO, partido no poder há cinco décadas. Ele expôs casos de corrupção no sistema judicial e em outras esferas do Estado, vazando dossiês obtidos por meios ilegais.

O jornalista Luís Nhachote, que acompanhou o caso, comentou:

“É caso para dizer que o crime não compensa. Há uma coisa que não se compra, que é a paz, e eu não sei se ele a tinha.”

Assassinato ou Ajuste de Contas?

A morte de Satar levanta dúvidas. Paul Fauvet sugere que ele pode ter sido vítima de um ajuste de contas no mundo do crime:

“Ele sabia demais sobre vários crimes e tinha muitos inimigos.”

Por outro lado, Hélder Matlhaba descarta a hipótese, afirmando que Satar estava perto de ser libertado após cumprir sua pena.

Legado de um Caso que Marcou Moçambique

Nini Satar também foi suspeito de ser o mandante de raptos no país, embora nunca formalmente acusado. Sua morte fecha um ciclo de violência, mas deixa perguntas sem resposta sobre justiça, corrupção e impunidade em Moçambique.

Enquanto o país reflete sobre esse episódio, uma coisa é certa: o caso Carlos Cardoso continua a ecoar como um símbolo da luta pela verdade e pela justiça.

A morte de Nini Satar na prisão, ocorrida em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, representa muito mais do que o simples fim de um criminoso condenado. Este evento encerra formalmente um dos capítulos mais sombrios da história recente de Moçambique, mas deixa intactas as profundas questões sobre as relações entre crime, poder e justiça no país.

Um Legado de Violência e Impunidade

O caso Carlos Cardoso, no qual Satar foi figura central, continua a pairar como uma nuvem escura sobre o sistema judicial moçambicano. Apesar das condenações, muitas perguntas permanecem sem resposta:

  1. As conexões políticas: Até que ponto as altas esferas do poder estavam envolvidas?
  2. Os financiadores ocultos: Quem realmente se beneficiou com o silêncio permanente de Cardoso?
  3. O padrão de mortes suspeitas: Por que tantos envolvidos no caso morreram em circunstâncias duvidosas?

Teorias sobre a Morte de Satar

Entre as possibilidades que circulam nos corredores do poder e nas ruas de Maputo:

O Sistema Judicial sob Escrutínio

A morte de Satar ocorre em um momento delicado para a justiça moçambicana, que enfrenta crescentes questionamentos sobre sua independência. Especialistas apontam que:

Jornalismo como Actor Central

Imagem: Cartaz Moz

A morte de Cardoso e agora de seu suposto assassino(Nini Satar) destacam o papel crucial – e perigoso – do jornalismo investigativo em Moçambique. Organizações de mídia locais continuam exigindo:

O que Você Acha?

Este caso vai além de um simples crime – reflete as complexas dinâmicas de poder em Moçambique. Comente:

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